Vitória recebe R$ 450 milhões para ampliação de berços

Com um complexo portuário que movimenta um total de 160 milhões de toneladas de cargas por ano e está entre os cinco maiores do país em receita cambial, avaliada em US$ 10 bilhões, o Espírito Santo tem no Porto de Vitória sua principal infraestrutura portuária, que passa, no entanto, por um período de esgotamento de capacidade. Segundo Eduardo Prata, superintendente da Cia Docas do Espírito Santo (Codesa), o complexo inclui sete terminais, sendo dois de uso público (Vitória e Barra do Riacho), e cinco privados, Tubarão (Vale), Praia Mole (Arcelor Mittal), Ubu (Samarco), Regência (Petrobras) e Terminal Norte Capixaba (Petrobras)."O terminal de Tubarão é o maior exportador de minério do mundo, embarcando 16 mil toneladas de minério por hora. Temos a segunda maior alfândega em arrecadação de impostos, totalizando R$ 7,5 bilhões ao ano, atrás apenas de Santos. Desse total os portos públicos participam com 30%", diz.
Com capacidade para 400 mil toneladas em navios Valemax, o Porto de Vitória movimenta 8 milhões de toneladas de cargas gerais e de contêineres por ano e precisa ampliar sua infraestrutura. Para isso está recebendo investimentos de R$ 450 milhões dos quais R$ 115 milhões serão aplicados na ampliação dos berços 101 e 102.

Outros R$ 103 milhões serão investidos na dragagem de aprofundamento e derrocagem. Com isso o porto passará de 10,5 para 12,5 metros de calado, o suficiente para receber navios de até 5 mil TEUs (unidade equivalente a um container de 20 metros). Também serão investidos R$ 140 milhões em um novo berço e R$ 40 milhões na construção de um pátio de estocagem.

"Com isso o Porto de Vitória passa a se igualar aos grandes portos do Brasil que têm condições de receber navios de maior porte. Todos estes investimentos são obras do PAC. Cerca de 30% das obras dos berços 101 e 102 já foram executadas e devem ser concluídas até o final do ano. A dragagem e a derrocagem já foram iniciadas, com previsão de conclusão em 18 meses. Com as obras o Porto de Vitória ampliará sua capacidade em 30% chegando a 10 milhões de toneladas", diz Prata.

Apesar dos investimentos, a infraestrutura do Porto de Vitória ainda não será suficiente para dar conta das demandas do estado que prepara um projeto de um super porto de água profundas. A Codesa já concluiu a licitação para a realização dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), vencida pela DTA Engenharia, que deve definir o melhor local para a construção do superporto. Hoje quatro localidades disputam a instalação: Praia Mole, a ponta de Tubarão entre Vitória e Serra; Vila Velha; Ubu, em Anchieta, a 80 km ao Sul de Vitória e Barra do Riacho, em Aracruz, no litoral norte a 80 km da capital.

O investimento estimado é de R$ 1 bilhão e a escolha do local está mobilizando governos e mercado. Praia Mole tem a seu favor a proximidade com o polo siderúrgico para escoar esse tipo de carga.