Os sindicatos de trabalhadores avulsos do Porto de Santos querem a intervenção do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) e da Codesp, para suspender as contratações de cerca de 300 profissionais pelos terminais de contêineres da região. Eles temem que a vinculação provoque um "efeito devastador" entre as categorias, que teriam um achatamento dos seus pagamentos no cais.O pedido de apoio ao CAP e à Codesp foi definido na manhã de ontem, durante reunião com a presença de oito das 10 entidades que representam os avulsos, na sede do Sindicato da Administração Portuária (Sindaport), em Santos.
A proposta de buscar amparo no CAP foi feita pelo presidente do Sindicato dos Guindasteiros (Sindogeesp), Guilherme do Amaral Távora. Para ele, há de se tentar que o presidente do conselho, Sérgio Aquino, por ser também secretário de Assuntos Portuários e Marítimos da Prefeitura de Santos, interfira na decisão dos terminais porque os supostos impactos da vinculação de avulsos recairão sobre a população.
O presidente do Sindicato dos Consertadores de Carga e Descarga, Adilson de Souza, ampliou o coro por apoio e propôs um contatocom a direção da Codesp, que nos últimos anos tem atuado mais alinhada na relaçãocapital-trabalho do porto.
Segundo o presidente do Sindaport, Everandy Cirino dos Santos, os terminais e a Câmara de Contêineres do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) – que anunciou a contratação direta ao invés de requisitar avulsos para o trabalho nessas áreas – também deverão ser comunicadas, em uma tentativa para abandonarem a ideia.
Mais prejudicado pela proposta das empresas, o presidente do Sindicato dos Operários Portuários, Robson Apolinário, disse que a vinculação, se mantida, será "o começo do fim da categoria".