Prioridade – Licitação de terminais pré-Lei 8.630 irá começar por Santos, diz Antaq

O superintendente de portos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Giovanni Cavalcanti Paiva, afirmou que o Porto de Santos terá prioridade no cronograma de licitações dos terminais portuários cujos contratos de arrendamento ocorreram antes da Lei 8.630/1993 (de Modernização dos Portos) e que venceram ou estão para vencer.Paiva esteve nesta terça-feira em Santos, para participar do IV Seminário sobre o Direito Portuário, no Teatro Guarani, no Centro. “Estamos estabelecendo uma prática para dar andamento às licitações e essa rotina está dividida por portos. Começaremos com um porto do Sudeste, depois outro do Norte, outro do Nordeste e outro do Sul. O Porto de Santos, por ser o mais importante do Brasil, terá a prioridade nesta primeira leva”.

Apesar de garantir que as primeiras licitações vão atingir Santos, Paiva evitou falar em prazos. “Temos uma demanda próxima de 80 a 100 terminais. Estamos aguardando posicionamento do Governo para que nos dê um prazo. Mas a SEP (Secretaria de Portos) já está tomando providências. Nós, da Antaq, estamos atuando no processo como orientadores”.

A agência reguladora do setor havia determinado que os contratos de arrendamento de áreas ou instalações portuárias vencidos, ou a vencer, fossem reequilibrados ou renovados. Mas revogou sua própria resolução que continha essa determinação no mês passado.

A revogação atendeu uma orientação da Advocacia Geral da União (AGU) e, agora, as empresas envolvidas ameaçam reagir na Justiça. O argumento é a não adaptação dos contratos à Lei 8.630 no que tange ao tempo de exploração dos terminais. Isso porque, antes da lei, as concessões eram de dez anos, renováveis por outros dez. Com a nova legislação, passaram a ser de 25, prorrogáveis por igual período.

Presente no seminário, o procurador-geral da Antaq, Glauco Alves, ressalvou que as licitações são ponto pacífico no Governo e que vão ocorrer no cronograma a ser fixado pela SEP. “Os processos já estão sendo tocados, inclusive em Santos. Temos vários no Brasil que são objeto de estudo e, à medida em que estes estudos forem centralizados, serão lançados os editais para que nenhuma área fique descoberta”.

Quanto ao prazo para findar todo o processo, Alves acredita que é 2015. “O universo que se trabalha hoje é dos três próximos anos".

Seminário

Em relação ao seminário, que tem a Abtra como uma das patrocinadoras, Miller ressalta a importância de se garantir a continuidade das discussões sobre o Direito Portuário.

“A preocupação com a regulação do setor é grande. Muitas das questões debatidas envolvem a busca pela não judicialização dos conflitos, por serem onerosos e demorados e por deslocarem as decisões do foco de competência, levando casos para um juiz que não é da área decidir”.

Na visão do executivo, a judicialização também traz insegurança no meio portuário. “Os investimentos são de grande monta e o setor não pode conviver com incertezas quanto às regras de exploração da atividade. Ações Regulatórias são      como microcirurgias. Embora fundamentais, não se pode abrir muito o paciente para evitar infecção e outros problemas em volta do que se quer cuidar”.

O superintendente de portos da Antaq, Giovanni Paiva, classifica o envolvimento de advogados, procuradores e órgãos de controle com representantes da área técnica como um alívio para o setor. “Esse envolvimento permite que trabalhemos com segurança. O contato dos atores jurídicos com a área técnica e a área técnica entendendo a área jurídica fazem um casamento perfeito e ajudam os dirigentes a tomarem decisões acertadas”.

O tema do IV Seminário sobre Direito Portuário é O Porto, o Desenvolvimento Sustentável e a Coordenação de Agências Estatais.

O evento teve início na última segunda-feira e prossegue até hoje, com as palestras Conselho de Autoridade Portuária – Competências de Atuação, às 9h30, e Cobrança aos Terminais pelo Uso do Espelho de Água. Portaria 24/ 2010 do SPU, às 11 horas.