Presidente do Ogmo descarta investigação de denúncias

O diretor-presidente do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) de Santos, Querginaldo Alves Camargo, descartou qualquer investigação interna para averiguar as denúncias que levaram à prisão preventiva, na última segunda-feira, do diretor-superintendente da entidade, Nelson Domingos de Giulio.Após uma reunião no Ogmo para avaliar o caso, o presidente explicou que uma sindicância no órgão seria desnecessária por ele acreditar na inocência do superintendente.

"Todos são inocentes até que se prove o contrário. Então, nós não tomaremos nenhuma atitude, sindicâncias internas, substituição de superintendente. Acreditamos na Justiça e na inocência dele".

Na segunda-feira, também foram detidos Flávio Ribeiro, gerente de operações de uma agência marítima, o trabalhador de bloco Antonio Martins Ferreira e os estivadores Athaíde Pereira de Aragão e Nelson da Silva Villar.

Os cinco e mais uma pessoa que não foi localizada tiveram as prisões preventivas decretadas pela juíza da 1ª Vara Criminal de Praia Grande, Suzana Pereira da Silva, a pedido da promotora Ana Maria Frigério Molinari, que os denunciou por associação para o tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e porte ilegal de arma. Esse suposto esquema aconteceria no Porto de Santos, com a participação de uma quadrilha que seria chefiada por Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho.

As autoridades analisam a hipótese de Naldinho ter indicado trabalhadores para atuar como estivadores no cais, a fim de facilitar a movimentação de drogas no complexo portuário.

Criado pela Lei de Modernização dos Portos, o Ogmo é responsável pela distribuição de serviços aos portuários avulsos (como conferentes e estivadores). Tem poderes tanto para afastar como para cadastrar esses profissionais.

SURPRESA

Querginaldo Camargo afirmou ter ficado "surpreso" com a notícia da prisão. "Há 10 anos, ele (Nelson de Giulio) está no Ogmo. Nada do que foi feito, qualquer momento dessa trajetória, dessa carreira, o desabonou. Nós continuamos confiando e dando todo o apoio para ele e para a família dele".

Segundo Camargo, não haverá alterações na administração do órgão gestor. De acordo com o estatuto da entidade, na ausência do superintendente, suas responsabilidades são assumidas pelo diretor-presidente. O cotidiano do Ogmo ficará a cargo dos gerentes operacional e de controladoria.

A reunião dos dirigentes do órgão gestor, na noite de ontem, foi realizada para "verificar se alguém tinha mais alguma infor­mação sobre o caso. Mas não houve novidades. Estamos dando todo o apoio ao Nelson e a sua família. Até porque, nesse momento, é a nossa obrigação".