Portos e terminais de todo o país acusam queda no movimento

De Brasília, fontes do Governo federal afirmam que a queda nas opera­ções portuárias é uma preocupante realidade. De início, a redução foi mais sentida na movimentação de ferro gusa, depois em minério, carvão e aço. Agora, alguns dos mais importantes terminais de containeres citam quedas de 8% a 15%, tendo casos de redução de quase 20% nas opera­ções.

Segundo os especialistas, a previsão mais comenta­da é a de que o segundo trimestre do ano mostre uma leve recuperação e, apenas a partir de agosto – se tudo correr – haja uma efetiva reativação. A hipótese mais otimista é a de que, no cômputo de todo o ano, se consiga repetir o desempenho de 2008, ou seja, se houver "crescimento zero" já será motivo de comemoração.

Tem havido queda geral nas importações e, quanto a exportações, muitos mercados se fecharam – espera-se que de forma apenas temporária.

Codesp à espera de dragagem

A esta coluna, Renato Barco, diretor de Planeja­mento e Controle da Codesp, confirma que a meta é manter, em 2009, o recorde obtido em 2008, de 81 milhões de tonela­das movimentadas no maior porto nacional.

Quanto ao futuro, diz que tudo está na dependência do estudo financiado pela Secretaria Especial de Portos e Banco Interamericano de Desen­volvimento ( BID), que pretende traçar o mais amplo estudo da empresa e avaliar o projeto de expansão Barnabé­Bagres.

Antes mesmo das conclusões do estudo, cita que a movimentação de containeres atingiu 2,65 milhões de TEUs ( containeres de 20 pés ou equivalentes) em 2008, uma importante marca e, além disso, há expansões de diversos terminais e novos empreendimentos já aprovados. Entre os novos, cita o projeto da Maersk e o da Brasil Ter­minais Portuários e em­preendimentos em Prainha e Conceiçãozinha.

Sobre gargalos, cita o rodoviário e o aquaviário e acrescenta:

– Em relação à dragagem, estamos na fase final de licitação. Se tudo correr bem, em dois anos, o canal de acesso passará dos atuais 12 metros para 15 metros. Com isso, em vez de navios de 7.000 TEUs, poderemos receber embarcações de mais de 9.000 TEUs.

Dragas

Por Medida Provisória, o presidente Lula abriu o mercado de dragagem para estrangeiros – sem exigir qualquer reciproci­dade do mercado. Segun­do uma fonte, de início, a medida se mostrou um completo fracasso, porque os donos de dragas prefe­riam fazer obras no Orien­te Médio e países ricos, do que no Brasil. Com a crise, no entanto, a oferta de dragas para o Brasil au­mentou.

Mesmo assim, as obras ainda não deslancham, por causa de retenção de verbas e problemas buro­crático-ambientais.

A verdade é que o minis­tro dos Portos, Pedro Brito, apesar de grande empenho, ainda não pode comemorar intensa ativi­dade de dragagem, ao contrário do prometido em novembro de 2007, quan­do o mercado foi aberto.

Arbitragem

O arbitro regulador de avarias marítimas brasileiro Rucemah Leonardo Gomes Pereira acaba de ser incluido na Lista de arbitros credenciados pela China Maritime Arbitration Commission, em Hong­Kong.

Sinal verde para Tecondi

Para fazer obras de ex­pansão, o Tecondi, de Santos, precisou de uma análise técnica, exigida pela Codesp. Assim, a empresa procurou o Cen­tro de Simulação Aquaviária (CSA) do Sindi­cato Nacional dos Oficiais de Marinha Mercante (Sindmar), localizado no Rio. Na última terça-feira, com a presença de diri­gentes da Codesp e do Tecondi, foram apresenta­dos os resultados, confir­mando que a expansão pode ser feita sem criar problemas ambientais ou operacionais.

Dirigentes do Sindmar informaram que, após prestar trabalhos para a Vale – porto de Itaqui – e a Petrobras – portos para recebimento de gás, no Rio e no Ceará – a entida­de já foi procurada por outro terminal de containeres. Nos últimos três anos, o CSA treinou e qualificou nada menos de 400 profissionais. O CSA custou R$ 9 milhões e foi feito com apoio técnico da Universidade Federal do Rio de Janeiro e suporte financeiro do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Luiz Araújo, diretor do Tecondi, informou que, no momento, o terminal conta com 400 metros de cais, que se tornarão 720, após as obras de expansão. Com isso, a capacida­de de operação, que é de 360 mil TEUs por ano, irá a 700 mil. Em 2008, o Tecondi atingiu 315 mil TEUs, marca que pretende repetir este ano, depen­dendo do desempenho geral da economia e do comércio exterior.