Porto rio-grandino é incluído no Programa de Resíduos Portuários da SEP

O Porto do Rio Grande passará por um inventário do quantitativo e qualitativo dos seus resíduos sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva (como ratos e pombos).Isso porque está sendo incluído no programa "Conformidade Gerencial de Resíduos Sólidos e Efluentes dos Portos", criado pela Secretaria de Portos (SEP) da Presidência da República. A equipe de pesquisadores do Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe/UFRJ, responsável pela coordenação dos trabalhos, e do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (Ivig/Coppe/UFRJ) esteve na Superintendência do Porto do Rio Grande (Suprg) segunda-feira para apresentação do programa. E três de seus integrantes, todos da Coppe/UFRJ, permanecem na Suprg treinando um grupo (do curso de gestão Ambiental e do mestrado em Gerenciamento Costeiro) da Furg, que será o braço local do projeto. Este grupo atuará no levantamento de dados.
Na tarde de segunda-feira, o professor Aurélio Murta apresentou o programa, no auditório da Divisão de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Porto (DMASS) ao Conselho de Gestão Ambiental Portuário, que reúne terminais e operadores, Anvisa e integrantes da DMASS e da Furg. Ele explicou como será feito o programa de gerenciamento, que se estenderá por um ano. Conforme a analista de projetos da SEP, Maria Cristina Dutra, que também esteve no Município segunda-feira, o programa vai ser implantado em 22 portos.

A UFRJ, contratada pela SEP para execução deste projeto, está fazendo contato com universidades federais para que atuem junto e, em Rio Grande, foi convidada a Furg, que já tem trabalho com o porto. Os três integrantes da Coppe que estão treinando o pessoal da universidade rio-grandina, ficam na cidade até o final desta semana, já fazendo levantamento institucional e mapeando o porto para começar o recenseamento.

A chefe da DMASS, Margareth Badejo dos Santos, relatou que o levantamento se estenderá por sete meses. Posteriormente, durante mais dois meses, os coordenadores e ela irão formatar os dados reunidos para o fechamento do diagnóstico quantitativo e qualitativo dos resíduos sólidos, efluentes líquidos e fauna sinantrópica existente no porto rio-grandino.

Depois, ocorrerão outras fases do programa. Conforme Margareth, a Suprg tem plano de resíduos, mas quer, com essa parceria, fazer um trabalho mais qualificado. Ela destacou que é importante, em termos de responsabilidade ambiental, que nada saia do porto organizado sem que seja registrada a origem, o transporte e a destinação final. E esse levantamento vai ajudar a reduzir os resíduos, uma vez que será verificado o motivo de ser gerado este ou aquele lixo e desenvolvidas ações neste sentido. "A ideia é tornar o porto modelo ambientalmente", acrescentou.

O Programa

Conforme a SEP, o programa "Conformidade Gerencial de Resíduos Sólidos e Efluentes dos Portos" está contemplado nas ações do PAC 2, com recursos de R$ 16 milhões. Esta primeira fase de diagnóstico, ao ser concluída, trará não apenas soluções para melhor coleta e gestão dos resíduos deixados pela operação portuária, como também sugestões para seu uso comercial.

“Fazemos uma apresentação formal do trabalho em cada porto e treinamos as equipes locais para a coleta. Os dados serão enviados para o centro de coleta e tratamento para que sejam aplicados modelos matemático-estatísticos que vão gerar indicadores de cada porto”, diz o professor Aurélio Murta, um dos coordenadores do programa.