O Complexo Industrial e Portuário Pecém continua uma promessa

Apesar de ser um dos mais importantes motores do desenvolvimento do Ceará, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) continua uma promessa. O CIPP ainda aguarda o funcionamento de grandes empreendimentos, como a siderúrgica e a refinaria, para deslanchar em torno de um polo metal-mecânico e petroquímico que as duas empresas deverão trazer.

A expectativa é de que quando tiver em pleno funcionamento, chegue a dobrar o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará. A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) está prevista para setembro de 2015 enquanto a Refinaria Premium II segue ainda em fase de terreno sem nenhum prazo definido.

No entanto, já há capacidade limitada para novas empresas no CIPP. Com a estrutura atual, há áreas suficientes para novas empresas pelo prazo médio de seis anos, de acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de São Gonçalo do Amarante, Victor Samuel. No entanto, ele ressaltou que estão sendo feitas novas expansões para não deixar chegar ao gargalo. “Tudo chega no tempo certo. Não dá para fazer infraestrutura para não ser usado”, disse.

Há quem defenda que ainda é possível dobrar ou até triplicar o número de companhias que existem no CIPP depois de mais algumas expansões. No entanto, a estrutura é limitada e a Zona de Processamento de Expansão (ZPE) enche os olhos dos empresários que pretendem aproveitar os benefícios da Zona para incrementar as exportações.

As empresas menores e as que são voltadas para o mercado interno têm como alternativa a implantação nas cidades vizinhas. São Gonçalo saiu na frente com três áreas industriais: Distrito Industrial e de Serviços da Sede de São Gonçalo (DIS/Sede), Siupé e Croatá. Entre outros benefícios, as empresas podem receber das prefeituras os terrenos para se implantar e ter à disposição a infraestrutura necessária como água, energia.

INSTALAÇÃO

No Complexo há 11 empresas já instaladas, 13 em implantação e a Refinaria com área reservada. Na área da ZPE, estão sendo implantadas a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), a Vale Pecém S/A e a White Martins Pecém Gases Industriais. Com benefícios tributários, os empreendimentos que se hospedam na Zona têm no mínimo 80% da produção voltada para o mercado externo. O percentual mínimo pode chegar a 60%.

O presidente da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Roberto Smith, defende que há área suficiente para mais que dobrar o volume de empresas no Complexo. De acordo com ele, está longe da capacidade de absorção do CIPP. Sobre as empresas que se instalam nas cidades vizinhas, ele explica que há os incentivos, a possibilidade de não estar sujeita às regras do Pecém e maior proximidade do mercado consumidor. “Há empresas que preferem ficar perto e não dentro do Complexo”, disse.

2002 no de inauguração do Porto do Pecém, âncora do Complexo Industrial

11 empresas já estão instaladas no Complexo, 13 empresas em implantação e a Refinaria tem área reservada