Invasão de porto gera prejuízo de R$ 5 milhões

Mulheres da Via Campesina ocuparam o porto da Aracruz Celulose, em Barra do Riacho, Norte do Espírito Santo, na manhã de ontem. As manifestantes jogaram tinta, gasolina e cupins em fardos de celulose que estavam nos galpões. Segundo a empresa, o prejuízo com mercadorias perdidas chega a R$ 2 milhões. Já a suspensão das atividades do porto por cinco horas, devido ao protesto, teria causa do uma perda de mais de R$ 3 milhões.Segundo a Via Campesina, o protesto faz parte das atividades do "Dia Internacional de Luta das Mulheres", que reúnem militantes do Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O movimento calculou a participação de 1,3 mil pessoas na manifestação no Portocel. Já as contas d a Aracruz são de 450 manifestantes. Aproximadamente duas mil toneladas de celulose foram danificadas.

A assessoria de imprensa da Aracruz Celulose informou que a invasão ocorreu às 6 horas. Cerca de 14 ônibus levaram os manifestantes até o porto. Cinqüenta caminhões preparados para embarcar o produto ficaram parados. O protesto durou meia hora.

Justificativa

A integrante da coordenação nacional da Via Campesina, Itelvina Masioli, em entrevista à Rádio CBN justificou a invação. "Queremos denunciar que a Aracruz consome 250 mil m3 de água por dia, o que equivale ao consumo de 2,5 milhões de habitantes. Também para denunciar que a empresa toma áreas para aumentar o cultivo da monocultura", afirmou.

Por meio de nota, o diretor superintendente do Portocel, Gilberto Marques, lamentou o ocorrido. "Nosso porto foi usado como instrumento para protesto contra o agronegócio e o sistema econômico. É uma agressão que não tem justificativa, que busca atingir as exportações do país, justamente num setor em que o Brasil é altamente competitivo".

O diretor afirmou que a empresa quer uma punição para a Via Campesina, contra a qual foi registrada queixa.