Audiência pública discute eclusas como forma de reduzir acidentes

O deputado estadual Dilmar Dal’Bosco (DEM) esteve representando o estado no audiência pública realizada em Brasília que discutiu a obrigatoriedade de eclusas nas obras da usina Hidrelétrica Teles Pires. Na ocasião, ele reforçou que a implementação de eclusas reduzirá em 70% o transporte rodoviário. Com a queda de caminhões nas estradas brasileiras, consequentemente haverá a queda no número de acidentes registrados.O parlamentar ainda destacou o ganho ambiental, uma vez que no transporte hidroviário a liberação de gás carbônico – CO2 – é 94% menor que no sistema rodoviário.
“Mato Grosso é responsável por 34% do Produto Interno Bruto brasileiro, e se firmou como maior produtor agrícola do mundo. Queremos novas opções de transportes para escoamento da safra. Merecemos mais atenção do Executivo Federal”, cobrou Dal’Bosco.

Também participaram da audiência representantes dos ministérios, juntamente com lideranças políticas e empresariais de Mato Grosso. O sistema de transposição de nível será o primeiro passo para viabilizara hidrovia Teles Pires/Tapajós, que ligará o Nortão do estado ao porto de Santarém (PA). A hidrovia barateará o custo da produção, reduzindo os gastos com transporte.

O Coordenador Geral dos Portos Marítimos do DNIT, Valter Cassimiro Silveira, afirmou que o governo federal disponibilizou cerca de R$ 2 bilhões para implantação de transpositores de níveis em quatro pontos da hidrovia Tapajós, no Pará, e que parte deste montante está sedo utilizado para promoção de estudos sobre a navegabilidade do rio Teles Pires. A conclusão deste trabalho se dará em 2015.

“Existe um compromisso do Governo Federal de que as eclusas serão construídas pelo Ministério do Transporte e não pelo empreendedor, para que isso não implique o valor da energia comercializada. Temos consciência de que a construção desses equipamentos depois da barragem custará 3 vezes mais à máquina pública, mas infelizmente não temos dotação para a barragem do Teles Pires”, declarou o representante do DNIT.

Adalberto Tokarski Superintendente de Navegação Interior da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) cobrou a interiorização das ações governamentais. Segundo ele, o sistema hidroviário está se consolidando na região sul e sudeste do Brasil, em detrimento das regiões norte e centro-oeste.

Tokarski também conclamou o Parlamento Federal para que se mobilize pela aprovação do projeto 3009/2009, que versa sobre a obrigatoriedade da implantação de eclusas concomitante a construção de barragens pelas hidrelétricas.

Autor do requerimento para realização da audiência pública, o deputado federal Nilson Leitão (PSDB) ratificou a importância da construção de novas hidrelétricas em Mato Grosso, mas pontuou que é necessário que as eclusas sejam incluídas no projeto para que a trafegabilidade nas hidrovias seja mantida.

"Queremos o desenvolvimento do Brasil, economizar custos e diminuir riscos de morte nas rodovias, mas acima de tudo discutir as questões ambientais. Na Europa os ambientalistas exigem que o transporte seja por hidrovias e investem trilhões de euros, enquanto aqui, andamos na contramão. Um país totalmente sem logística", defende.

O presidente da Companhia Hidrelétrica Teles Pires, Luiz Ramires, afirmou que o consórcio está promovendo estudos de alternativa da navegabilidade do rio Teles Pires, que deverá ser entregue até o dia 15 de julho à Agência Nacional de Águas (ANA), conforme legislação federal. Mas deixou claro que isso não garante a construção de eclusas.

“O Teles Pires não é usado para grandes navegações, não cabe ao consórcio construir eclusas para garantir o múltiplo uso das águas, esta é uma obrigação do governo federal, afirmou.