ALL prevê crescimento de até 1% no volume de carga transportada

Na mesma semana em que fechou um contrato de peso com a Rumo Logística, do Grupo Cosan, a América Latina Logística (ALL) divulgou seus resultados financeiros, em que apresentou um crescimento de 12% no volume de cargas movimentado no Brasil no ano passado. A projeção inicial para o período era de até 14%, no ano passado."Nossa expectativa é de que esse volume aumente entre 10% e 12% em 2009", projetou Bernardo Hess, presidente da ALL, que também confirmou que a companhia efetuou aportes de R$ 680 milhões no último ano e que, em 2009, deve aplicar outros R$ 600 milhões, especialmente na compra de mais 600 vagões, na adaptação de locomotivas e na melhoria de vias.

Hess também falou do avanço nas operações da ALL da Argentina, onde o volume saltou apenas 4,5 %, situação que o executivo atribuiu "à greve dos agricultores argentinos que ocasionou a interrupção do tráfego nas rodovias e nas ferrovias", situação que, de acordo com o presidente da ALL, impulsionou uma queda de até 9% nas operações naquele país, que acabaram por se recuperar no segundo de semestre.

Setores

Apesar da turbulência econômica que provavelmente impactará o transporte de carga sobre trilhos, a ALL acredita ainda não ter sofrido efeitos da crise, graças à diversificação dos setores a que atende, estratégia que pretende continuar a adotar para conter possíveis efeitos negativos.

Entre os segmentos para os quais transporta carga sobre trilhos, a companhia destacou o incremento na movimentação de commodities agrícolas, especialmente o açúcar e a soja, que tiveram mais de 30% de aumento, enquanto na totalidade o setor cresceu 11%, de 21,3 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU), em 2007, para 23,7 bilhões de TKU no ano passado, o que fez o market share da empresa saltar de 51% para 62% nos portos em que atua. A TKU é a medida usada para medir o transporte de cargas via ferrovia. Outro segmento ressaltado pela empresa é o industrial, que cresceu 13%, atendendo a segmentos como construção, papel e celulose e contêineres.

Entre os principais empreendimentos que devem ter andamento neste ano, está o projeto Rondonopólis, que aguarda a assinatura de contrato para seu financiamento, e o comentado contrato com a Cosan. Este último pretende chegar a movimentar nove milhões de toneladas de açúcar, com a formação de um corredor do interior de São Paulo para o Porto de Santos (SP).