Operadores vão investir R$ 608 milhões até 2017

As 159 empresas operadoras logística que atuam no Brasil vão investir R$ 608,2 milhões até 2017. O faturamento desse grupo no ano passado foi de R$ 44,3 bilhões, aponta estudo inédito realizado por um grupo de firmas – KPMG, Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados e Fundação Dom Cabral (FDC) – para a Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol).

Segundo este primeiro raio-X de operadores logísticos, o setor emprega 243,5 mil pessoas diretamente. E há mais 466,5 mil empregos indiretos. Em tributos, o setor recolhe R$ 7,2 bilhões por ano.

“Os maiores destinos desses investimentos são ampliação de capacidade de armazenagem e da frota, que representam R$ 9,8 milhões ao ano por empresa. Capacitação profissional também é olhada como prioridade pelos ‘players’ do setor”, disse o presidente da Abol, Cesar Meireles.

Segundo ele, os investimentos previstos mesmo em ambiente macroeconômico adverso sinalizam espaço para o Brasil reduzir o custo de produção por meio de ganhos de eficiência em logística. O estudo aponta que o gasto total com logística no Brasil no ano passado foi de R$ 576,5 bilhões.

“Caso o ganho de eficiência gerado pelos operadores logísticos não tivesse sido absorvido, o país incorreria num custo logístico 9,9% maior chegando a um total de R$ 639,9 bilhões”, diz Meireles. “Logo, o valor gerado pelos operadores logísticos através da redução do custo logístico representaria um montante de R$ 63,3 bilhões de reais, ao ano”, afirma o presidente da Abol.

A JadLog, operadora logística brasileira, vai investir R$ 20 milhões este ano para ampliar em 20% a receita ante 2014. Se o plano se concretizar, a companhia que opera por meio de 500 filiais e 3 mil veículos, fecha 2015 com receita de R$ 420 milhões.

“No caso de transporte de carga fracionada, percebemos que em momento de crise, a demanda tende a aumentar”, diz o diretor comercial da JadLog, Ronan Hudson. “Isso ocorre porque em vez de comprar um veículo novo ou trocar bens de consumo duráveis, o consumidor opta pela manutenção do ativo que já possui. Isso aumenta a movimentação de peças para assistência técnica”, aponta o executivo.

Segundo ele, os investimentos do grupo em renovação de frota, tecnologia e infraestrutura vão somar R$ 20 milhões, cerca de 10% mais que em 2014.

A JadLog muda para um centro de distribuição maior em junho. A nova infraestrutura terá 40 mil metros quadrados de área útil total, com 70 docas e pátio externo para abrigar até 100 caminhões simultaneamente. “É praticamente o dobro da área que a JadLog dispõe até agora, na capital paulista e em Itupeva (SP)”, disse Hudson.

Também ainda este ano, a empresa vai instalar uma filial em Miami, nos Estados Unidos. “É para atender a demanda de compras feitas por brasileiros lá, em lojas físicas e pela internet, além de compras realizadas em sites chineses, cujas encomendas passam pelos EUA antes de seguirem para o Brasil”, disse Hudson.

Além de atuar no varejo, atendendo o comércio eletrônico, a JadLog tem entre os principais clientes os segmentos automotivo, eletroeletrônicos e fármacos.

“Há demanda reprimida por transporte aéreo de cargas porque não há serviços disponíveis de logística integrada a esse modal”, afirma o ex-vice presidente e ainda sócio minoritário da Azul, Gerald Blake Lee, presidente da Modern Logistics, criada ano passado por um grupo de investidores e pela gestora de recursos DXA Investments, que está aportando R$ 75 milhões em cinco centros de distribuição e três aviões que o grupo começa a operar este ano.

No setor de portos, o Plano de Investimento em Logística do governo brasileiro prevê investimento total de R$ 54,6 bilhões entre 2012 e 2017 no setor.